Publicidade

Votar nulo funciona?

Em época de eleição política a população se enche de expectativas, esperando que o representante no qual confiou seu voto cumpra com seus deveres e com as promessas feitas durante a campanha. Boa parte da população já teve algum tipo de desilusão política como, por exemplo, confiar seu voto em um determinado político e posteriormente descobrir que ele faz parte de uma rede de corrupção.

São inúmeros casos de políticos envolvidos em práticas ilícitas e conseqüentemente o aumento do número de eleitores descontentes com a política. Sabe-se que no Brasil o voto é obrigatório, quem não vota fica sujeito a certos impedimentos da justiça, como não poder se matricular em universidades federais, etc. Em outros países como, por exemplo, Estados Unidos da América o voto não é obrigatório, vota quem quer. Mas qual seria a solução para os milhões de brasileiros insatisfeitos com as administrações públicas do país? Muitos vêem o voto nulo como a luz no fim do túnel.

Navegando pela internet é possível encontrar em diversos sites de relacionamentos pessoas instigando o voto nulo, emissoras de TV também fazem campanhas a favor desse tipo de voto.

Dados do IBGE revelam que mais de 30% dos brasileiros não sabem quem é o governador de seu estado. E só 18% praticaram alguma ação política, como fazer uma reclamação ou preencher um abaixo-assinado. Para o sociólogo Edson Passetti, pesquisador do Departamento de Política da PUC-SP, votar nulo não serve para eliminar corruptos da política, mas pode funcionar como uma crítica generalizada. "Optar pelo voto nulo é saudável como protesto contra todo um sistema." Na prática, em uma eleição para deputados federais, estaduais e senadores, pode a maioria dos votos ser nulo que mesmo assim tomariam posse dos respectivos cargos, mesmo que na votação tenham ganhado apenas alguns votos. A Constituição garante que servem apenas os votos válidos (exceto nulos e brancos) na contabilização dos votos. Numa eleição presidencial a história já é outra, pois duas leis entram em conflito a respeito da maioria dos votos nulos. O código eleitoral de 1965 prevê a anulação em casos de mais de 50% de votos nulos numa eleição majoritária, já a Constituição de 1988, reza que valem só os votos válidos. Nesse caso, a decisão caberia ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A maioria dos votos nulos é de pessoas bem informadas, com pelos menos o Ensino Médio concluído. Para que o voto nulo seja realmente um protesto válido (que tenha força) seria necessário que aproximadamente mais de 50% dos brasileiros o fizessem, pois enquanto o voto nulo for manifestado apenas por algumas pessoas, ele não causará o efeito desejado. Enquanto isso não acontece, o melhor é optar pelo voto consciente, que é basicamente quando você pesquisa sobre a vida dos candidatos, coloca na balança as propostas reais, ou seja, aquelas que ele poderá realmente colocar em prática. Fazendo a comparação entre os candidatos você poderá escolher aquele que tem mais a oferecer à sociedade durante seu mandato.

Cabe ao eleitor escolher a melhor forma de protestar a falta de uma política com ética e respeito para a população brasileira.

Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

FONTE: Brasil Escola

Um comentário:

Anônimo disse...

Perde-se muito tempo com essa coisa de "ANULA OU NÃO ANULA?" Qualquer lei só é válida enquanto o povo aceita essa lei. Apartir do momento que o povo se recusa a aceitá-la, ela não tem mais o porquê de existir. Nesse caso, o povo tem o direito, o dever e o poder para acabar não só com essa lei, mas com toda a constituíção, se assim desejar. Para tanto, só basta querer!!!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...