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Legalização dos bingos abre brecha para corrupção

Para tucanos, projeto não tem um único aspecto positivo
Dep. José Aníbal - A Câmara estuda colocar em votação o projeto de lei que legaliza o funcionamento de bingos e caça-níqueis no País. A polêmica sobre o controle e fiscalização das casas de jogos, no entanto, tem preocupado deputados da oposição. Numa época em que o governo tem não tem combatido irregularidades, o projeto representa nova porta para a corrupção e para a lavagem de dinheiro, avaliam os deputados José Aníbal (SP) e João Almeida (BA).

A fiscalização é o principal problema da proposta e, consequentemente, deixa um espaço para desvios de recursos. Não se tem uma definição sobre o órgão responsável por monitorar o funcionamento das casas de jogos. A Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e a Caixa Econômica Federal querem distância da tarefa. Os dois órgãos não têm, segundo seus representantes, capacidade para fiscalizar todos os bingos que podem ser criados com a aprovação do projeto.

"Esse projeto abre as portas para a corrupção, lavagem de dinheiro, desagregação social, enfim, um projeto nefasto. Não tem um único aspecto positivo", afirma Aníbal. Para ele, as motivações são quase todas incontestáveis. "Não há segurança de que a Receita Federal conseguirá controlar essas casas de jogos. O governo quer transformar o Brasil em uma jogatina", critica.

O líder do PSDB, deputado João Almeida (BA), destaca que muito tem se falado em corrupção no governo federal. Ele teme que, com a aprovação do projeto, outros esquemas fraudulentos atinjam o país. "O projeto é a porta de entrada para novos escândalos", avalia, enumerando vários esquemas comandados por petistas que chegaram ao conhecimento da sociedade.

Entre outros casos, o ex-ministro José Dirceu foi acusado de coordenar o pagamento de propina para parlamentares da base governista. Em 2006, Hamilton Lacerda mediou a compra de um forjado dossiê contra candidatos tucanos, esquema interceptado pela Polícia Federal. Lacerda volta ao noticiário nesta semana. A Folha de S. Paulo revela enriquecimento incompatível com a renda do petista, que saiu do "escândalo dos aloprados", como ficou conhecido o esquema do falso dossiê, para se tornar fazendeiro no sul da Bahia.

Almeida cita ainda a denúncia de corrupção envolvendo a da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo). No mês passado, o Ministério Público de São Paulo desvendou um esquema de desvio de recursos da cooperativa para irrigar o "caixa dois" de campanhas do PT. O mentor do esquema, segundo investigação do Ministério Público,  é o atual tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.

Fonte: Agência Tucana

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